texto de: José Maria Souza Costa.

Lágrimas despejadas, amargas, em desobrigas de ir embora.
E já não basta terços, rezas e patuás, que outrora consolava
Em rodas de ritos, a cólera maldita, assobiante com o ebola
Agride a terna Mãe África, e desesperada, pelos filhos, chora.
Canções de frágua, e a assustada prenoção do Ocidente.
Mamas expostas, em translado ridicularizadas sem legado.
Pessoas que sorriem e aplaudem a matança dessa gente
Em resort beira mar, a contemplar um sol nascente ao lado.
África desdentada, vermelho, mãos cálidas coração transfigurado.
Espalha-se por oceanos de diamantes, que não reluzem, a pedir
Que na manhã do sol, brote a esperança, para seguir cantando
Como quem pede em oração cotidiano, um fim que não se faz vir.
Clamai! Mãe dos povos negros, injustiçados e ensanguentados,
Vítimas do tráficos negreiro, há de morrer, em apodrecidos paus
Atravessando mares de uma esperança, em cais desgovernados
O sonho, é um horizonte em miragem, desafiado em frágeis naus.
.............................................................................................................