Poema de: José Maria Souza Costa.
Enquanto o olhar distante, embriaga-se entre salões, luzes, faxes e alegria.
Afeganistão, África, Síria, desova e chora, corpos infantis, em rasas covas.
Gás, chumbo, suor, sangue, lágrimas, mistura-se, em solo d'eterna letargia,
Enquanto ergue-se em troféus, vidas decepadas e agonizadas como provas.
Choram irmãs, e , mães desconsoladas, sabem que não beijarão as flores
Que foram dilaceradas inocentes, e, soterradas com as veemente dores.
Clamam ao mundo fustigadas às duras penas, berrando vozes por tambores
Que não desperta no Ocidente, o limiar de um novo tempo : cores de amores.
Infâncias sequestradas de meninos pobres, por um ente refinado e cabisbaixo
Fertilizado pelo ódio, e regido pelo regime mordaz de um corondó sem patente,
Que rabisca, na partitura do destino de cada um, os ressentimentos eminente.
Verde oliva, azul, branco, lilás, não importa a fantasia ou a cor dos aquartelados.
Afeganistão, África, Síria, outros tantos Mediterrânicos de hipocrisias e alegrias
Engravidam, solenes acordos esquartejados, erguidos entre corpos esfarrapados.
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